domingo, 17 de junho de 2012

Incontinência Urinária e Sexualidade

Em razão da própria localização dos órgãos pélvicos femininos, a uretra e a base da bexiga situados imediatamente após a vagina, sintomas urinários e disfunção do aparelho urinário advindos da atividade sexual, podem dar origem a problemas sexuais. Como exemplo, destacam-se a “cistite da lua-de-mel”, ou disuria após o coito sem infecção, comum em mulheres jovens, e a disuria, urgência e infecção do aparelho urinário, notadas por mulheres na menopausa, após as relações sexuais.



Há casos de mulheres que sentem a necessidade de urinar durante ou imediatamente após o coito, ou as que sentem a incontinência real. No dizer de Polden e Mantle (1993), o vazamento da urina na penetração está mais comumente ligado com a incontinência de estresse verdadeira (IEV), instabilidade do músculo detrusor, bem como a incontinência de estresse verdadeira (IEV) pode estar implicada se a incontinênciaocorre durante o orgasmo.


Pode-se, portanto, afirmar que a incontinência urinária não só compromete a vida social das pessoas afetadas, acarretando transtornos na qualidade de vida, mas incide igualmente na qualidade do relacionamento afetivo-sexual, por motivos diversos como o odor causado pela urina, a ansiedade quanto à possibilidade de perder urina durante o coito e o constrangimento de molhar as roupas.


Segundo Rezende* (2000), somente uma pequena parte das mulheres recebe alguma orientação e tratamento especializado, ou seja, a sexualidade das mulheres com IU é condição pouco tratada:


“A IU atinge considerável parcela da população, sendo mais freqüente na terceira idade e no sexo feminino. Acontece em 15% das mulheres com idade superior a 45 anos e 40% das pessoas que moram em asilos e casas de repouso. Causa grande impacto psicossocial e impõe importantes restrições na vida social destas pessoas.”


O desconhecimento de alternativas de tratamento prolonga a convivência da pessoa com este tipo de problema. Os avanços do tratamento fisioterápico por meio de exercícios do assoalho pélvico, principalmente aliados à técnica de eletroestimulação, contribuiu para a revisão das técnicas cirúrgicas mais antigas, além do aperfeiçoamento dos testes eletrofísicos e urodinâmicos.


*REZENDE, RAQUEL CÂMARA. A influência da Incontinência Urinária na Resposta Sexual Feminina
Rio de Janeiro: Mestrado em Sexologia da UGF, 2000. Dissertação de Mestrado. 84p.

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