domingo, 8 de maio de 2011

A maternidade e o imaginário coletivo

Hoje é um dia especial. Comemoramos o Dia das Mães.
A maternidade nos proporciona uma experiência singular. É um exercício constante de paciência, renúncias, dedicação e nos leva à maturidade.
Ser mãe é um convite ao amor incondicional, independente se o filho é ou não legítimo.
A maternidade é tida como algo sagrado e em nosso imaginário coletivo, a figura da mãe está associada à santa, àquela mulher que ama incondicionalmente e, pelo filho, tudo suporta.


Na Grécia antiga, a casa da mulher grávida era considerada um santuário.
Em Roma, enfeitava-se o lar das grávidas com grinaldas ou folhas de louro para afastar as visitas incômodas.
Em várias civilizações antigas, a gravidez era um estado ritual e uma celebração da fertilidade.
Muitas mães foram retratadas no teatro ou na literatura, ora como algozes, ora como heroínas.
Na peça teatral do dramaturgo grego Eurípedes,  Medéia descobre que Jasão, um belo guerreiro mais jovem do que ela, com quem se casou, abandonou-a para se casar com a filha do rei Creonte.
Movida pelo ódio e o ciúme, Medéia mata seus próprios filhos,a princesa e o rei, por vingança e se refugia na montanha da deusa Hera.


Na cultura africana, a maternidade é considerada a mais alta expressão da condição feminina, ocupando um lugar de destaque na sociedade.
Uma geração nova de escritores tem estudado o tema em suas bases culturais e  antropológicas, retratando o impacto das personagens maternas em África.


Para Carlos Drummond de Andrade, a mãe não deveria morrer "Mãe, na sua graça, é eternidade":


Para sempre - Drummond


Por que Deus permite

que as mães vão-se embora?

Mãe não tem limite,

é tempo sem hora,

luz que não apaga

quando sopra o vento

e chuva desaba,

veludo escondido

na pele enrugada,

água pura, ar puro,

puro pensamento.


Morrer acontece

com o que é breve e passa

sem deixar vestígio.

Mãe, na sua graça,

é eternidade.

Por que Deus se lembra

- mistério profundo -

de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,

baixava uma lei:

Mãe não morre nunca,

mãe ficará sempre

junto de seu filho

e ele, velho embora,

será pequenino

feito grão de milho.


Mãe, sempre com os nervos à flor da pele, minha sincera homenagem a todas nós!







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