O serviço sagrado no Mundo Antigo consistia numa prática ritualística e de culto reconhecido na sociedade, associado às deusas e ao templo.
A hierodoule ou Prostituta Sagrada unia-se a estranhos no santuário de Afrodite.
A prática do sexo permitia a aquisição de bens para o templo, através da união dos homens com as deusas, garantindo a fertilidade, diferentemente da prática profana destinada à economia individual.
Segundo Nancy Qualls-Corbett, autora do livro "A prostituta sagrada", da Editora Paulus, a felicidade sexual “a veia através da qual os rudes instintos animais são transformados em amor e na arte de fazer amor” tornava-se possível através das relações sexuais dos homens com uma deusa particular durante as visitas aos templos.
A natureza sexual do homem e da mulher era inseparável de sua atitude religiosa. Nos seus louvores de agradecimento, ou nas suas súplicas, eles ofereciam o ato sexual à deusa, reverenciada pelo amor e pela paixão.
Tratava-se de um ato honroso e respeitoso, que agradava tanto ao divino quanto ao mortal. A prática da prostituição sagrada surgiu dentro desse sistema religioso matriarcal e, por conseguinte, não fez separação entre sexualidade e espiritualidade.
O fato é que, ainda hoje, o dualismo entre o sagrado e o profano provoca intermináveis questionamentos entre o que é aceitável socialmente e o que invade o nosso imaginário.
Daí, decorrem os intermináveis conflitos que circundam a sexualidade humana, promovendo em todos nós a ânsia de conhecer mais e mais sobre o tema.
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